segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Escritor Canoense



As histórias e as muitas vidas que passaram por Oscar Henrique Cardoso.

Oscar Henrique Marques Cardoso é gaúcho de Porto Alegre, RS. Nascido no dia 8 de dezembro de 1971, é formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.  É também radialista profissional e também secretário da ONG Grupo Multiétnico de Empreendedores Sociais. É também mestre de cerimônias e um chefe de família muito feliz. Casado com a jornalista Nilda Corrêa Cardoso, é pai de Stefane e vô de Daniel, que chega para alegrar ainda mais a sua vida. Oscar Henrique Cardoso já atuou como apresentador de rádio, tevê, foi gerente de Comunicação Social na Fundação Cultural Palmares, em Brasília e é autor de oito títulos. Seu último lançamento foi a obra “CHICO”, lançado na 61ª Feira do Livro de Porto Alegre. Em 2015, foi patrono da Feira do Livro de Nova Santa Rita e também é o idealizador do Projeto “Primeiro Encontro de Escritores Negros do Rio Grande do Sul”, evento que reuniu 400 participantes e propõe um novo caminho para a produção literária negra no Rio Grande do Sul. Dono de uma simpatia única, Oscar Henrique é um visionário, como dizem aqueles que o conhece. Pensa no coletivo e pensa no desenvolvimento da literatura. É um apaixonado pelo que faz. E ele conta um pouco mais sobre sua vida e trajetória nesta entrevista:

- Como você virou um escritor?

Não sei se virei um escritor. Desde criança, sempre escrevi. Tinha cadernos e cadernos com histórias. Brincava de fazer novelas, de escrever textos e os interpretava sozinho. Sempre foi um desejo meu escrever um livro. Aos 15 anos, participei de um concurso de monografias e fui premiado. O ano era 1987 e fui o único aluno de uma escola de Ensino Médio da rede pública gaúcha a ser classificado. Participei do concurso de monografias sobre “As Raízes Portuguesas na História do Rio Grande do Sul”, realizado pelo Instituto Cultural Português. Meu trabalho, classificado no terceiro lugar tratava sobre “As Raízes Portuguesas na História da Cidade de Rio Grande”.  Meu primeiro livro, já em 2009, quando morava em Florianópolis, versou sobre amizade. “NÓS”, minha primeira novela, falar sobre amizade, doação de órgãos e eternidade. Desde 2010, não parei mais de escrever. Aí vieram “Entre Louvores e Amores”, “Cuidado, Palavra Viva!” “Coletânea Negras Palavras Gaúchas”, “Vó Cóia”, “A Pérola Mais Negra”, “Prosopopeia” e, agora, “Chico”. São oito livros, oito histórias e oito momentos completamente diferentes.


- Você tem muitos projetos na cabeça? Quer falar sobre algum deles?

Projetos..sim, tenho alguns. Trabalhar mais e melhor a divulgação de meus livros e continuar escrevendo. Agora ando meio parado com a produção. Mas tenho outros três títulos para lançar no ano que vem. Um deles, pretendo lançar em março. Trata sobre preconceitos e sobre Aids. Será um livro bom, mas um livro forte. Quero lançá-lo na Semana da Mulher, em março próximo.


- Você muda detalhes e textos depois que o livro está escrito?

Às vezes mudo. Mudo um capítulo, sim. Mas depois de ler toda a obra e ver que posso colocar mais um molho ali e outro aqui. Mas digo que é difícil eu mudar detalhes. Fiz isto em uma das minhas obras, mas não lembro agora qual foi.

- Quantas obras você já publicou? Comente sobre elas.

Meu primeiro livro, Nós, lançado em 2010, fala sobre a história de dois ex-colegas de serviço que se tornaram grandes amigos, melhor, irmãos de vida. Fala sobre amizade, doação de órgãos e eternidade. Meu segundo livro, Entre Louvores e Amores, fala sobre a indústria da fé e tem um lindo romance. Os protagonistas são cristãos e fala dos valores e um pouco da cultura evangélica. Cuidado, Palavra Viva!,meu terceiro livro, traz poesias e contos. Meu quarto projeto, a Coletânea Negras Palavras Gaúchas, reuniu 23 autores negros e oportunizou a eles a palavra e a reflexão sobre a negritude. Vó Cóia, meu quinto livro, fala sobre os temas velhice e abandono, já que a personagem principal, Cóia, morre abandonada. A Pérola Mais Negra, meu sexto livro, traz a história de Pérola, mulher negra, quilombola, filha de santo que vira prefeita de uma cidade gaúcha e que transforma a vida de seu povo. Prosopopeia, meu penúltimo livro, apresenta a história do cão Boni e do gato Félix. Eles participam de uma assembleia de cães e gatos e nestes encontros, os cães e gatos falam sobre abandono e violência contra os animais. Já Chico, meu título mais recente, traz uma leitura interessante sobre os Lanceiros Negros, pois Chico, lanceiro que morreu na Batalha de Porongos, durante a Revolução Farroupilha, vem nos dias de hoje e conta a sua vida e história para Chico, um
jovem advogado negro.



- Qual o seu livro preferido, entre suas obras?

Todos os livros são como filhos, todos os personagens são muito importantes para mim. Mas digo que tenho um amor todo especial pela Pérola.   A protagonista de A Pérola Mais Negra, uma negra, forte, guerreira e vitoriosa. É uma heroína. Mesmo que tenha existido apenas na ficção, digo que toda a negra, toda a mulher negra tem um pouco dela. E inspirei-me muito nelas para construir esta mulher forte. Esta heroína negra gaúcha. Já que nossos negros não são e não foram heróis na história gaúcha, nós, escritores, criamos os heróis e os ofertamos para a nossa história.

- Você se diverte muito com o seu trabalho?

Sim. Eu me emociono muito. Choro, dou risada, brigo, sinto raiva e sofro com os meus protagonistas. Meus protagonistas me dão muita alegria. É um prazer tê-los comigo. Depois que eles vão embora e me deixam digo que dá um vazio. Mas faz parte. São vidas, são histórias que passam por mim. São momentos meus, aliás, nossos. Eu e os personagens que passam por mim.

- Uma mensagem final para a gente.

Escreva. Não tenha medo de expor suas ideias. Não tenha vergonha de colocar no papel seus sentimentos. Escreva. Descubra o que pode vir de você. E curta os meus livros. Se você quer acompanhar a minha carreira literária e comprar um livro meu, pode me adicionar no Facebook. Um abraço e desejo sucesso a este projeto que abre portas para divulgar os escritores e os pensadores da Grande Porto Alegre e também do Rio Grande do Sul. 






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