- Ser escritor foi um objetivo, uma necessidade ou um
acaso?
Na verdade, sou desenhista
e pintor, escrever foi mais uma maneira de mostrar meu trabalho e passar
conhecimento. Além disto, meus primeiros escritos começaram com roteiros para
minhas próprias histórias em quadrinhos. Queria fazer os desenhos, mas precisava
de um texto aí acabei fazendo tudo e gostando.
- Além de se dedicar à escrita, que mais preenche o
seu tempo livre?
Trabalho há mais de 20
anos como Editor de Arte, onde faço projetos gráficos para revistas, jornais e
outras publicações, além de muitas ilustrações. A arte para mim não é trabalho
e sim diversão, por isto quando tenho tempo livre me dedico a dar continuidade
ao que gosto que é pintar, desenhar e fazer uma HQ, sempre pensando em uma
publicação futura. Quando tenho os trabalhos prontos os textos saem
naturalmente. Costumo trabalhar assim, primeiro faço a ilustração e depois crio
o texto baseado nela.
Lápis
- Que lugar ocupa a leitura na sua vida?
A leitura tem um lugar
importantíssimo na vida de um artista, que se dedica a criação. Gosto muito de
história geral e tirando os livros de arte, esta talvez seja a minha principal
leitura e fonte de inspiração.
- Quais autores são suas fontes de inspiração?
Os livros que tenho feito
são todos destinados ao ensino da arte e por esta razão, minhas influências são
todas de artistas como desenhistas e pintores. Se tivesse que citar três diria
Harold Foster, Frank Frazetta e Andrew Loomis, apesar de admirar outros tantos.
Nanquim
- Você ensinar sua arte oferecendo cursos de desenho,
correto? E qual técnica utiliza?
Além do meu livro “Curso
Completo de Desenho Artístico”, tenho ministrado alguns workshops, por enquanto
só de nanquim e pintura a óleo, mas tem outras modalidades previstas para 2016.
Eu trabalho principalmente com grafite, nanquim e tinta a óleo, mas também faço
ilustração digital.
- Determine-nos o que é literatura ilustrada?
Eu sou meio suspeito para
falar sobre literatura ilustrada. Eu por exemplo, não consigo pegar um livro de
500 páginas para ler que não tenha figura. A literatura ilustrada pode ter
diversas formas, desde as HQs até livros ilustrados ou mesmo os livros
infantis. No primeiro caso o texto e a imagem dividem espaço, talvez com uma
pequena preferência para a imagem. Já no segundo exemplo, quem ganha mais força
é o texto e a imagem serve apenas para quebrar um pouco a leitura e descansar o
leitor. Nos livros infantis muitas vezes há pouquíssimo texto ou nem há e tudo
fica por conta da ilustração. Acho que existe diversas força de literatura
ilustrada, estas são apenas algumas analisadas rapidamente.
Óleo
- Para finalizar, qual recado você deixa para os
leitores do Jornal Visão Cultural?
Acho que o principal é
sempre a busca pela informação. Eu sou de uma época em que não havia internet e
qualquer coisa que se desejasse saber era preciso cavar fundo. Hoje, com toda a
tecnologia que temos tudo é mais fácil. Claro que sempre é preciso ficar
alertas, pois apesar de encontrarmos muita coisa boa na internet, também
encontramos pessoas ensinando coisas erradas. Para tudo na vida é bom manter
certo ponto de senso crítico, por isto eu recomendo o Jornal Visão Cultural,
pois sei que aqui tem pessoas sérias trabalhando, que
assim como eu, tem amor pela sua arte.
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